terça-feira, 5 de julho de 2011

Flores para o circo Ou manifesto nacional da arte circense



Flores para o circo
 
Ou manifesto nacional da arte circense

Texto: Eduardo Toledo

A caravana circense se preparava para mais uma temporada
Em uma cidade vizinha
Os artistas viviam momentos de gloria.
Os mais velhos dormiam em paz.
Os animais depois de alimentados viajavam tranqüilos.
As crianças se divertiam com a paisagem pelo caminho.
Até que certo dia quando avistávamos a próxima cidade para cumprir o nosso destino,

Fomos proibidos de entrar
As crianças começaram a chorar
Os mais velhos acordados perguntaram;
A cidade esta doente? É por isso que não podemos entrar?
A autoridade política cumprindo a lei disse que só os animais estavam proibidos

O domador indignado exclamou:
A perversidade não está no circo, e sim nos rodeios e frigoríficos.
Pegou suas malas e seguiu um caminho oposto ao nosso
Não podíamos deixar o circo parar
O circo não podia morrer
Seguimos com um novo espetáculo
Até que anos mais tarde
As mesmas autoridades políticas
Proibiram o palhaço de atuar
Disseram que é um tipo de artista contestador
Que deveria ser extinto!
Fomos trocados pela imagem
E colocados dentro de uma usina.
Pronta para explodir.
Acabando com qualquer possibilidade de um novo espetáculo
Os próximos seriam os malabaristas, que seriam atropelados pela pobreza.
Nas ruas e esquinas de uma cidade virtual.

Estamos numa corda bamba
Equilibrados para seguir em frente.
Esperando que cada cidade abra as portas para o circo

Pois cada sorriso será compensado com um tropeço de um palhaço...
Com um vôo aéreo de um super-herói trapezista.
Com bolinhas saltitantes de um malabarista
E com um coelho na cartola de um ilusionista.


Peço o ultimo grito de socorro

Pois não haverá flores para o enterro...

POEMA INCOMPLETO

Texto de Eduardo Toledo (Dudu).

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